Cartografia dos Palcos - Mapeamento dos Equipamentos Culturais do RS visa ao mapeamento dos edifícios teatrais (artes cênicas) existentes em 13 municípios gaúchos e sua disponibilização em uma plataforma digital com tecnologia georreferenciada, de acesso público e gratuito. Trata-se da continuidade do projeto iniciado em 2019 pelas jornalistas e pesquisadoras Michele Rolim e Silvia Abreu, que, em sua primeira etapa, catalogou um total de 120 espaços culturais de 19 cidades do Rio Grande do Sul. Devido à sua precisão e cientificidade, em 2020, a plataforma passou a integrar o banco de dados do IBGE.
Esta segunda etapa do projeto consiste na realização de uma pesquisa prévia em 13 edifícios teatrais de 13 cidades já definidas, seguida de visitas técnicas aos espaços pré-selecionados, com vistas a conhecê-los, registrá-los e documentá-los na plataforma. Desta forma, cumpre-se uma das diretrizes do presente edital que é “promover soluções inovadoras aplicadas às atividades culturais e criativas, buscando soluções para problemas de criação, difusão e consumo”, ao mesmo tempo em que se contempla um dos seus objetivos que é “realizar processos de inovação aberta para criações funcionais”.
A segunda edição da Cartografia dos Palcos traz inovações. A primeira é a incorporação de um cenotécnico na equipe, o qual fará as medições nos espaços culturais a fim de garantir maior precisão às plantas dos teatros. A segunda inovação é a oferta de plantas em 3D, o que irá proporcionar maior exatidão aos profissionais na escolha do teatro ideal a cada produção artística. Por fim, visando promover soluções inovadoras aplicadas às atividades culturais e criativas e buscando solucionar problemas de criação, difusão e consumo, será disponibilizado na plataforma um Tour Virtual 3D 360” em dois complexos culturais de Porto Alegre, abrangendo cinco edifícios teatrais: o Complexo Multipalco Eva Sopher (que inclui o Theatro São Pedro, o Teatro Oficina Olga Reverbel e a Concha Acústica) e o Centro Municipal de Cultura Arte e Lazer Lupicinio Rodrigues (que abriga o Teatro Renascença e Sala Álvaro Moreyra), escolhidos por sua centralidade, infraestrutura, importância artística e arquitetônica, enquanto marcos culturais do município de Porto Alegre e do Brasil.
Almeja-se com esta proposta criar novos indicadores que auxiliem produtores, artistas e gestores culturais no seu esforço cotidiano de produção, fomentando o processo criativo, bem como oportunizar aos gestores públicos a criação de futuras políticas públicas para o setor e também para a criação de novos bens culturais, a partir do conhecimento detalhado dos equipamentos culturais existentes no Estado do Rio Grande do Sul.
Pode-se afirmar que estes indicadores vêm prestando grande serviço à comunidade cultural do Estado e do País, a exemplo do que se verificou durante o a criação da Lei Aldir Blanc, quando a plataforma Cartografia dos Palcos ofereceu indicadores importantes sobre a condição dos equipamentos cultuais do RS, reforçando a necessidade e urgência da criação de uma lei que beneficiasse os profissionais da cultura impedidos de trabalhar durante o período de isolamento social provocado pela pandemia do Covid 19.
A realização deste projeto de mapeamento também irá favorecer a interiorização da produção cultural em artes cênicas, na medida em que os artistas e produtores culturais, sabedores das condições de cada teatro, se sentirão mais confiantes em escolher este ou aquele espaço para exibir suas produções artísticas e/ou eventos.
Além de mapear e fazer uma radiografia dos espaços, a iniciativa amplia-se com as ações que irão colocar gestores e produtores em contato direto para formar uma rede de cooperação no Estado. Almeja-se atender outra diretriz deste edital, que é “estimular a formação e a qualificação nas áreas técnicas e gerenciais de negócios e empreendimentos criativos”.
Entre estas ações está a realização de um Seminário Integrador com convidados/as e uma Rodada de Conexões, reunindo produtores, gestores, artistas, entes do poder público, com o objetivo de compartilhar experiências e os resultados da pesquisa. Busca-se desenvolver arranjos colaborativos, a partir de atuação em rede de profissionais interdisciplinares, bem como qualificar a gestão de negócios e empreendimentos criativos, diretrizes máximas do presente edital.
Todas as ações serão divulgadas por meio de ações coordenadas de comunicação, envolvendo serviço de assessoria de imprensa, marketing de relacionamento, gestão de redes sociais e tráfego pago. Serão criados e publicados conteúdos informativos periodicamente. Vídeos e fotos dos espaços catalogados, acrescido de entrevistas, depoimentos e relato de experiências também serão disponibilizados ao público. Cumpre-se, assim, mais uma diretriz: “realizar e divulgar o resultado de pesquisas e estudos, a ser disponibilizado através de (...) mapeamentos ou outras formas de disseminação de conhecimentos”; e “criar e publicar conteúdos informativos na área artístico-cultural em mídias digitais”.
Este projeto desenvolve ações inclusivas e aplica recursos em benefício de pessoas PCDs, LGBTQIAP+, negras e mulheres. Todas as atividades serão ofertadas gratuitamente, de modo a garantir a democratização de acesso aos produtos e serviços culturais gerados.
Jornalista, pesquisadora, crítica e curadora. Doutora e Mestra em Artes Cênicas pela UFRGS. Autora do livro “O que pensam os curadores de artes cênicas” (Cobogó, 2017) e da tese “O mercado teatral de Porto Alegre (2010-2019): a subsistência de grupos de teatro através da análise das fontes de receitas de seus espetáculos”, que recebeu a menção Honrosa no Prêmio Capes de Tese – Edição 2024. Desde 2009 trabalha como jornalista cultural. É editora do site AGORA Crítica Teatral (www.agoracriticateatral.com.br). É membro da FIBRA - Rede de Festivais Internacionais Brasileiros para Crianças e Jovens (redefibra.org.br) e da International Association of Theatre Critics (aictbrasil.com.br). Foi curadora da Mostra Espetacular (Curitiba, 2019), Mostra Teatro de Rua (Porto Alegre, 2022 e 2023) e Feteg – Festival de Teatro de Gravataí (2022 e 2023). É idealizadora da Mostra Horizontes Circenses, que ocorreu em Porto Alegre em 2023. Também atua em diversos festivais brasileiros como crítica, mediadora e debatedora.
Jornalista e produtora cultural, com 30 anos de atuação no mercado cultural. É pós-graduada em Administração e Organização de Eventos pelo Senac-SP e especialista em gestão e design de projetos culturais. Sua atuação abrange a música, o teatro, o circo, a dança, o audiovisual, a literatura, o carnaval e as artes plásticas, com diversos prêmios recebidos. Integra a Associação dos Músicos do Rio Grande do Sul. É uma das autoras do livro “Negro em Preto e Branco – História Fotográfica da População Negra de Porto Alegre (Prêmio Açorianos de Literatura – categoria Especial). Entre 2012 e 2020 foi docente no Curso de Superior de Tecnologia em Produção de Espetáculos nas Faculdades Monteiro Lobato, em Porto Alegre. Em 2021, venceu o Edital Natura Musical com o projeto “Dessa Ferreira – Música Afro-Indígena Contemporânea”. É idealizadora do projeto Cartografia dos Palcos - Mapeamento dos Equipamentos Culturais do RS, plataforma certificada pelo IBGE. Em junho de 2021 foi contemplada com o Prêmio Trajetórias Culturais Mestra Sirley Amaro por meio da Lei Aldir Blanc. É CEO da empresa SM Comunicação e Gestão Cultural Ltda. É diretora de projetos na Organização Odabá de Afroempreendedorismo e Consultora em Comunicação na Frente Negra Gaúcha.
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